Faleceu em Manaus, aos 94 anos, Raimundo Nonato de Jesus Dutra, o lendário Raimundinho Dutra, considerado o mais importante compositor da história do Boi Caprichoso. A notícia da morte do artista, que dedicou décadas de sua vida à cultura popular amazonense, gerou comoção entre azulados e amantes do Festival Folclórico de Parintins.
Figura icônica do bumbá da estrela na testa, Raimundinho foi mais que compositor: foi também amo do boi, defensor da tradição e da identidade cabocla expressa nas toadas que embalaram gerações. Com talento e sensibilidade ímpares, suas obras como Aquarela do Touro Negro, Meu Cântico de Guerra, Mocidade e Solo Amado tornaram-se verdadeiros hinos para os apaixonados pela festa.
Em nota oficial, o Boi Caprichoso lamentou profundamente a perda de um de seus maiores nomes.
“Raimundinho marcou gerações com sua sensibilidade e genialidade. Suas toadas embalaram as noites de Boi de Rua e despertaram o sentimento mais genuíno de amor pelo boi da estrela na testa”, diz o comunicado.
A associação também declarou luto oficial de três dias, por determinação do presidente Rossy Amoedo e do vice-presidente Diego Mascarenhas, em homenagem ao artista que deu voz e poesia ao Caprichoso em seus primeiros passos como manifestação popular.
“Foi ao som de suas composições que o Boi Caprichoso ganhou vida nas ruas de Parintins. Sua contribuição para a preservação e valorização da nossa cultura é imensurável, e seu legado permanecerá vivo na memória de todos os azulados”, conclui a nota.
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